sábado, 14 de janeiro de 2017

A praia do esquecimento (tentando fazer poesia)

memórias são vestígios
pegadas na areia, aguardando o seu fim
até o tempo em que chega a maré

o tempo é um grande amigo
mas com ele, só se pode contar agora
pois ele, do passado só pode oferecer...
pegadas na areia (lembranças)
e para o futuro só incertezas ou esperança

então o presente do tempo é a memória
seja ela de curto prazo, afetiva ou episódica,
talvez a sua classificação seja mesmo trivial
só não é banal, a força com a qual
carregamos esse fardo,
que ao escutar uma música, nos faz viajar no tempo
que ao sentir um perfume, nos coloca diante da pessoa amada
seja lá onde estiver, seja lá pra onde tiver ido,
ainda permaneço aqui, nessa praia desolada,
tentando manter, com esforço
o esboço de nossas pegadas
que há muito deixaram profundas marcas
nessa condenada areia, chamada memória,

Eu sei que errei, deveria tê-las cravado na rocha
da qual suas cicatrizes são fossilizadas
mas nós só temos a areia, pois nessa praia só temos vestígios
nada aqui é para sempre,

Pois conforme o Hélio vai se pondo,
Selene vai se erguendo
E com sua força,
o mar ruge
porque Poseidon é implacável
para apagar o que foi escrito
e deixado por simples mortais,
e já não é mais possível saber pra onde levaram ou levarão
as pegadas que um dia passaram
pela praia do tempo, pela desolada praia do esquecimento.


Matheus R. Chacon





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